Neste mês, completou um ano que a OMS declarou a pandemia do Covid-19, porém, é um aniversário triste e sem comemoração. Ainda continuamos com os necessários protocolos de higiene e limpeza. Álcool em gel e máscara são nossos companheiros diários. Continuamos evitando aglomerações, não podemos abraçar ou beijar, cumprimentamos de longe ou com soquinhos, a nova saudação “oficial”. Acreditamos que seria breve e que logo a vida como conhecíamos voltaria ao normal. Não foi assim.

Aprendemos a valorizar mais a vida e as pessoas que estão ao redor. Tudo é só por hoje. Não é possível fazer planos a longo prazo, pois rapidamente os números de infectados aumentam e as vagas em hospitais se tornam escassas. Percebemos que para bagunçar a casa é rápido, mas demora para arrumar. A arrumação começou a acontecer com a vacinação, mas até que todos sejam contemplados, levará tempo.

Precisamos esperar e conviver com as incertezas. As consequências para a saúde são sentidas direta ou indiretamente no nosso corpo e na nossa mente. Em situações de estresse e tensão constante, o sistema imunológico é rebaixado. O medo do contágio nos faz adoecer lentamente e, às vezes, não percebemos o grau do dano. Podemos sentir sintomas parecidos com os do Covid-19 e tantos outros. Estamos oscilando entre depressão e ansiedade. É uma montanha russa emocional que nos coloca em alerta a cada anúncio de aumento das restrições. Aulas presenciais suspensas e home-office ainda fazem parte de nossa rotina, sem previsão de retorno.

Há preocupação redobrada com grupos de risco, gestantes e trabalhadores que utilizam transporte público lotado, o que afeta os planos e os humores.

Para dar conta desta árdua demanda, precisamos nos agarrar ao que temos de bom, principalmente ao fato de que estamos vivos e lutando. Certamente, além do jogo de cintura e da criatividade tão características dos brasileiros, tivemos que aprender a ser resilientes para suportar situações extremas em pleno caos. Que possamos seguir adiante com paciência e esperança. E que nossa maior motivação seja a crença em dias melhores, que certamente virão.

Sara Andreozzi Petrilli do Nascimento

Psicóloga da Clínica Elgra, Especialista em Psicossomática Psicanalítica e Pós-graduada em Psicologia Hospitalar.  CRP 82574/06.

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