A palavra bullying é originária da língua inglesa e significa humilhação em público.
O bullying não se restringe às salas de aula, pode ocorrer em casa, no trabalho e ou eventos sociais. Atualmente é definido como um problema de saúde pública. Requer intervenção imediata. Pode levar a vítima a cometer suicídio ou em casos extremos, massacres em escolas (como temos notícia no Brasil e no exterior).
Muitas pessoas verbalizam que tem dificuldade em diferenciar uma simples brincadeira de atos de bullying. No entanto, quando é somente “divertido” para quem pratica e gera sofrimento para quem recebe, é um sinal de alerta para o problema, que pode acarretar grandes traumas.
O bullying ocorre com a participação de três personagens principais: “o agressor, a vítima e a testemunha (frequentemente participa ou se omite)”.
A desvalorização inicia-se com os rótulos, que trazem consequências para o desenvolvimento afetivo e dificuldade na formação de vínculos. É possível citar: “baixinho, gordinho, quatro-olhos etc.” até as condutas mais agressivas, verbais ou físicas. Também os rótulos que envolvem racismo, homofobia e outros preconceitos.
Na grande maioria dos casos, não há nenhuma motivação para as ofensas, somente “diversão” e demonstração de força. Geralmente o agressor tem necessidade de autoafirmação e elege vítimas que julga serem fracas ou indefesas. É um ato covarde e perverso. O agressor pode agir sozinho ou em grupo. Com o passar do tempo, caso não seja superado, a vítima pode tornar-se agressora e replicar a violência.
Os ataques e humilhações também podem ocorrer no cenário virtual, chamado cyberbullying. Mensagens e imagens são rapidamente divulgadas e compartilhadas com uma velocidade assustadora, por isso, torna-se muito difícil identificar o agressor, que age nas sombras.
A alternativa para acabar com o circuito do medo e da agressão é romper o silêncio. Não é possível vencer sozinho.
Colocar-se no lugar do outro (empatia), promover diálogo, conscientização por meio de informação e acolhimento das vítimas enfraquecem os atos agressivos.
O bullying machuca o coração. A vítima jamais esquece o que viveu. Porém, com ajuda profissional, de amigos e da família, pode transformar a dor e a raiva em superação. Aprende, com a experiência, a desenvolver resiliência, que é a capacidade de lidar com o insuportável e superar obstáculos.
Sara Andreozzi Petrilli do Nascimento
Psicóloga da Clínica Elgra, Especialista em Psicossomática Psicanalítica e Pós-graduada em Psicologia Hospitalar.
CRP 82574/06